domingo, 16 de outubro de 2011

Silvany recita Elizabeth Barrett Browning para Mauro

Por Chagas Botelho

Fui até a minha estante de livros e revirando aqui e ali, de repente, uma folha com uma cor meio amarelada, caiu sobre os meus pés. Apanho-a e curiosamente leio. Eram duas poesias da Elizabeth Barrett Browing (1806-1861), que viveu na Era Vitoriana. Sinceramente, eu nem lembrava mais da existência desse papel, mas ao final da leitura, automaticamente, lembrei-me do casal de amigos Silvany e Mauro, que temporariamente estão distante um do outro, ele no Brasil e ela na Irlanda. Por conta dessa distância, e ao mesmo tempo tão próximos virtualmente, resolvi presenteá-los com as lindas palavras dessa poetisa inglesa que é uma verdadeira celebração do amor conjugal.   

I
Parte: não te separas! Que jamais     

Sairei de tua sombra. Por distante
Que te vás, em meu peito,
a cada instante
Juntos dois corações batem iguais.

Não ficarei mais só. Nem nunca mais
Dona de mim, a mão, quando a levante
Deixará de sentir o toque amante
Da tua, - ao que fugi. Parte: não sais!

Como o vinho, que às uvas donde flui
Deve saber, é quando faço e quanto
Sonho, que assim também todo te inclui
A ti, amor! Minha outra vida, pois
Quando oro a Deus, teu nome
ele ouve e o pranto
Em meus olhos são lágrimas de dois.

II

Ama-me por amor do amor somente,

Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,
O seu sorriso, o modo de falar
Honesto e brando. Amo-a
porque se sente
Minha alma em comunhão
constantemente
Com a sua”. Porque pode mudar
Isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
Do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto
quer a bondade
De tuas mãos enxuga, pois se em mim
Secar, por teu conforto, esta vontade
De chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
Me hás de querer por toda a eternidade.

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