Adelmo Rios
Ouso repetidas vezes a vibrante canção "Only the strong survive" do bom e velho Billy Paul. A música com aquele ritmo denso, alegre e enérgico destoa do meu inicio de semana caprichosamente preguiçoso. Logo imagino que aquela seria mais uma semana enfadonha e improdutiva e, sem a menor vontade de sair debaixo das cobertas começo a ouvir atentamente os versos otimistas da canção executada e eles atacam sem piedade meus ouvidos intimistas e tão acostumados a marchas fúnebres, de repente se deparam com aquela sonoridade cheia de vida e esperança, onde o refrão entoado vorazmente pelo o rei da soul music se transforma em um feixe de luz que invade sem nenhuma censura minha alcova, outrora hermeticamente sombria. A voz rouca brada espetacularmente "apenas os fortes sobrevivem" e me incita a levantar e abraçar o sol radiante e acreditar no poder de superação. A batida cheia de swing, na minha manhã que parecia tão igual e depressiva, aniquilou o mal humor e tédio, meu amanhecer agora era fausto. O velho Billy com a magia fantástica de sua música deu vida aos meus desejos moribundos, aquela trilha sonora passou a ser o lema da minha existência e a pessoa fraca que existia em mim até então fora substituida por alguém que todos os dias pela manhã tenta repetidas vezes cantar only the strong survive.
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