Há homens que lutam um ano e são bons. Há outros que lutam dez anos e são melhores, porém, existem aqueles que lutam uma eternidade, estes são os imprescindíveis. Certamente, ao construir o axioma, o poeta e filósofo Bertold Brecht estava se referindo a uma espécie que, embora, ainda não esteja em fase de extinção, tem se tornado uma raridade. Atualmente, o comum entre o ser humano é colocar o interesse particular em primeiro plano. Tal procedimento, ao longo do tempo vem comprometendo o espírito da solidariedade. De vez em quando, é possível deparar-se com alguém que em atitude contrária dignifica uma categoria. Os homens, de forma generalizada têm reduzido à irrelevância, os cuidados, a preocupação com o seu semelhante. O Jornalista Carlos Augusto não. Em sua trajetória fez opção por um tipo de comunicação que contemplasse a construção do bem estar coletivo, mesmo que contrariando àqueles a quem a sua crítica alcançasse.
Os veículos de comunicação por onde passou e, em quase todos, Carlos Augusto deixou impresso um formato prático para se chegar à boa conduta do comunicador. O "Painel da Cidade", e a Rádio Pioneira de Teresina, abalam-se com a ausência de Carlos, cujo talento, honrou o Estado do Piauí. Foi um jornalista que jamais silenciou quando o interesse foi popular. Desvencilhou-se de todas as tentativas que ameaçavam o seu bradar. Em alto e bom som, do alto de suas convicções jamais refluiu de defendê-las. A sintonia com o sentimento coletivo foi tão aprofundada que o fez um dos políticos mais votados no seu tempo. Carlos Augusto como vereador ainda é recordista quanto a preferência eleitoral. Como deputado estadual em várias legislaturas, teve invejável atuação parlamentar.
Ao deixar-nos, neste dia 28 de agosto, o setor da comunicação de massa - a imprensa piauiense, a mídia - sofreu enorme desfalque. A morte do Jornalista Carlos Augusto de Araujo Lima aconteceu em um final de semana, madrugada de sábado, período em que a imprensa piauiense se torna morosa, lenta e por conseqüência, sua morte tão rápida, tão intempestiva, tão precoce, vai ganhando repercussão de forma pausada, gradativa, sem a velocidade e rapidez, que foram marcas indeléveis na sua atividade política e jornalística. De todas as formas, esta aparente contradição vem contribuir para a sedimentação de um vulto do jornalismo e radialismo piauienses, a fincar-se na história como personagem exponencial. Carlos augusto foi uma vida e será um exemplo. Um grandioso exemplo!
(*) Joel Silva é radialista e membro da Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Jornalistas.
Fonte: radiopioneira.am.br
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