O cronista Paulo Mendes Campos dizia que o amor acaba a
qualquer hora, em qualquer lugar e por qualquer motivo, o cronista realmente
estava certo, pois o amor, essa fera que no inicio parece indomável, acaba até
mesmo em uma parada de ônibus, nas proximidades do IBAMA na Avenida Homero
Castelo Branco. O amor estava acabando para o casal que discutia a relação já
adormecida em um fim de tarde de quarta-feira, ele gesticulava, argumentava e
afirmava em bom tom “que não dava mais”, ela, meio chorosa, atestava,
categoricamente, que se o amor estava acabando era simplesmente culpa dele.
Ambos se agrediam e se acusavam verbalmente, mas a verdade é que aquele amor
estava sendo, violentamente, atropelado pelos os veículos que cruzavam a
avenida, justamente quando os dois saiam da repartição. O amor estava acabando
para aquele homem e aquela mulher, que após o trabalho não entrelaçavam mais as
mãos à espera da condução, o amor acabava para ela que pedia para ele desaparecer
de sua vida, ele então, com o amor acabado, indagava que pediria demissão o
mais rápido possível, por achar que não podiam mais compartilhar a mesma
empresa, os mesmos corredores, a mesma sala de reuniões e as mesmas cores do
uniforme, com o the end do amor, ele devolveria o crachá que indicava a mesma
função que ela. Depois de meia hora de discussão passional, que envolvia ódio e
decepção, ela partiu em um circular cujo destino seria curar um amor fracassado,
ele saiu caminhando em busca, quem sabe, de um novo começo amoroso. O certo meu
caro cronista Paulo Mendes Campos é que a Avenida Homero Castelo foi o cenário de
mais uma história de amor terminado, e como você bem disse em uma das melhores crônicas
de todos os tempos, o amor acaba a qualquer minuto seja na esquina, nas
sorveterias ou na poeira que vertem os crepúsculos.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário