segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sábado etílico


Não sou nenhum "levanta copo" contumaz, mas no último sábado acordei com sabor etílico na boca. O meu "vermezinho" bateu a minha porta na primeira aurora. Aquela vontade insana de ébrio eloquente provocou forte meu ímpeto, quis pensar em outra coisa, fugir da ideia, mas o meu afã pelo o liquido de sobriedade rarefeito foi maior que eu. Só deu tempo mesmo trabalhar até metade do dia e, logo em seguida me entreguei a investidos goles caprichosos de cerveja. 

Na primeira degustada locupletei minha alma, tensa de tanta espera, já na segunda a boa conversa fluía abertamente com o meu companheiro de mesa. Dali em diante, fui apenas secando e enchendo a boca que salivava sedenta por um trago a mais. Uma, duas, três...nem sei, perdi a conta, pela leveza do corpo, com certeza havia ingerido muitas. O meu cérebro já acossado pelo o deslumbrante teor, agora recorria às reminiscências. Lembrava de situações vividas intensamente, da música que tantas e tantas vezes fora ouvida e do livro que deixara marcas indeléveis na memória. 

O efeito do álcool havia me tornado um esteta desmedido e um rei das tertúlias intelectuais, a ponto de recitar Torquato, Pessoa e Bandeira. No começo da noite pedi trégua ao meu companheiro de bebedeira, voltei pra casa com os sentidos revirados, mas feliz. Evidentemente com receio de não ter praticado nenhuma inépcia. 

O meu sábado etílico terminou totalmente inebriado de satisfação e, aquele meu cenho fechado da semana inteira, havia sido substituido pela a alegria da embriaguez, algo de libertador fazia parte daquele ser cambaleante. Depois da esbórnia provocada pelo o porre de sábado, o que me restou foi um domingo cinzento e uma estúpida dor de cabeça. 

                    

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