segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ela

Ela entra no ônibus, passa pela a roleta como quem valsa, usa uma blusa branca que combina com a sua pele diáfana, veste um jeans da cor do céu, senta-se no mesmo assento que eu, abre a bolsa e pega um hidratante de flores, começa a passar pelos os braços e mãos, o cheiro é tão bom que lembra estrato de framboesa, se bem que nunca cheirei framboesa, desculpas, mas é o diabo da licença poética, dep...ois de passar a loção, ela a devolve a bolsa e pega um livro, é o livro do cantor Lobão, Manifesto do Nada na Terra do Nunca, daria um dedo para saber o que velho roqueiro dizia àquela moça, agora tão concentrada na leitura, mas não deu tempo fazer nenhum tipo de especulação, tive que descer no meu ponto, olhei mais uma vez em sua direção e vi apenas seu risinho acrobático sobre as páginas da obra.

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