terça-feira, 7 de setembro de 2010

O camisa sete

Sempre nos fins de tarde nos dourados anos oitenta, na minha amada Barras lá no estádio Juca Fortes, ainda tinha um campo sofrivel, eu ficava observando o velho Genu, técnico daquele time, comandar mais um treino. Via aqueles moços impelidos pelo os sonho de serem grandes atletas, cuidadosamente ouvirem as instruções do velho comandante. Depois da conversação e seus ajustes, enfim começava o meu show particular. As intrépidas jogadas, os desconcertantes dribles, os arrojados lançamentos e o futebol irreverente, na época raquitico camisa sete, me impressionavam. O seu envolvimento diferenciado com a bola nos pés avultava a minha admiração, e o seu desfile magistral que deixava o adversário no chão me tornava um torcedor embevecido. A sua virtude de jogador liso e rápido que aplicava golpes fatais rumo ao gol era prontamente aplaudido pelo professor que atentamente ficava a beira do campo satisfeito com o camisa sete. O esquadrão barrense comandado pelo franzino Geraldo definitivamente enchia de encanto os meus olhos de menino. Em tardes de jogo oficial, como se dizia na época jogo valendo, eu procurava o melhor ângulo para apreciar a performance do craque que vestia a camisa sete. Inteligente, Geraldo sabia extamente o que fazer com a bola, tinha consciência da sua missão futebolistica, provocava um verdadeiro espetáculo para todos os que o assistiam. Lá se vão vinte e poucos anos, Geraldo abandonou os gramados, aposentou as chuteiras. Todas essas lembranças vieram à tona exatamente no dia de hoje, sete de setembro, justamente quando Geraldo completa cinquenta e um anos. Essas reminiscências só vieram corroborar que no time do velho Genu atuou o melhor ponta direita que já vi jogar.                          

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