segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Encontro Virtual

Sempre achei que a alegria do verdadeiro encontro, necessariamente, passaria primeiro pelo o contato físico, sabe, aquela coisa do cara a cara ou do olho a olho.

O aperto, imprescindível, de mãos no inicio e o abraço, indispensável, na despedida. Os corpos vibrantes e eufóricos com a presença um do outro.

Mas hoje essa minha tese foi por água abaixo, minha encosta inundou. E o culpado foi esse tal de facebook, isso mesmo, esse espaço virtual que torna a pessoa distante parecer tão próxima.

Assim foi o meu encontro com a Mary, uma amiga da época secundarista, que reencontrei aqui, nem considero um reencontro, pois havia tanto tempo

sem nenhum tipo de comunicação, que prefiro classificar como um inédito encontro.

Incrível, à medida que eu escrevia, o facebook fazia uma espécie de zoom em minhas reminiscências. A turma do fundão, o chopinho no intervalo das aulas, os passeios nas praças arborizadas, as broncas do diretor e claro, principalmente do pastel e caldo de cana da esquina, tudo isso se ampliava em minha mente.

Através dessa rede social, por alguns minutos, rebobinei o passado alegre e feliz de uma adolescência que estava em pleno vigor. Lembrei a Mary até mesmo das bolinhas de papel que jogávamos em quem passava debaixo da nossa sala.

Depois de tantas saudades visitadas, eu tinha deliberadamente voltado no tempo. Quis ter 18 anos de novo, senti falta até da matemática que tanto odiava. Quis cantar desafinado com o Clemilton, pegar ônibus com a Cruzinha na Saraiva, rir das piadas do Tancredo, bater papo cabeça com o James e tomar sorvete com a Mary.

Literalmente o tempo passou, me despedi da Mary com a alma um pouco mais leve. O nosso encontro virtual havia terminado, mas pude perceber, metaforicamente, que nossas recordações podem sim ter, pernas, mãos e braços. Pois elas se locomovem e nos alcançam em algum instante da vida, nos cumprimentam calorosamente e afagam o nosso coração quando menos esperamos.

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