sábado, 9 de março de 2013

O DIA QUE COMI CAPOTE

                                                                    imagem: google
 
 
Até ontem, dia internacional da mulher, eu tinha sido um piauiense incompleto, calma, já explico. Eu e minha patroa e alguns amigos saímos para celebrar o dia daquela que foi feita da costela de Adão.

E lá no restaurante, recém-inaugurado, alguém disse que a data merecia uma comida especial, por isso, sugeria que todos comecem o tradicional prato piauiense, o fa...
moso, o inigualável capote ao molho.

Quem nasce por essas bandas sabe muito bem que quem nunca provou dessa iguaria, provavelmente, bom sujeito não é, e eu não era, eu nunca havia comido capote, nem em Teresina e nem em Campo Maior (PI), nem as casas especializadas, tipo Capote com C Maior e o Capote da Dalva nunca viram minha cara.

Como pode um sujeito de Barras, um sujeito da roça onde as aves abundam nunca ter degustado dessa de origem africana? Como pode? Me senti como um pintinho desmilinguido diante daquela turma expert em capote.

Quando disse que ainda não tinha experimentado o mais legítimo representante da culinária do Piauí, todos deram risadinhas zombeteiras. É amigo, marinheiro de primeira viagem é fogo, mas nem liguei, estava mesmo interessado era que os acepipes chegassem.

E eles chegaram, o capote chegou, e quando o garçom colocou aquele Eldorado gastronômico sobre a mesa, os olhares esbugalhados esperaram minha reação, mas eu, placidamente, peguei um pedaço de capote, e num movimento simultâneo, mastigo e engulo de forma altamente gozosa.

Hum! O primeiro pedaço de capote a gente nunca esquece, desceu macio, principalmente quando este pedaço vem regado de pegado, pirão, pimenta de cheiro uma verdadeira festa para as papilas gustativas.

Nunca se pode ter razão, nem num restaurante diria o velho Fernando Pessoa, é verdade meu poeta, ontem, no dia internacional da mulher, a minha razão foi por caldo de capote abaixo, eu que achava que racional era não comer capote, estava completamente enganado, pois comer capote, galinha d´angola ou guiné é ser cada vez mais piauiense.

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