quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Agora há pouco

Agora há pouco fui comprar minha quentinha em uma dessas churrascarias Residência que estão espalhadas em toda a cidade, e fiquei a observar duas mesas em particular, a primeira, havia uma família inteira, pai, mãe, tia, cachorro, gato e todos conversavam entre si, riam, brindavam, tipo da família italiana em almoço dominical. A outra, com a mesma quantidade de membros, mas o silêncio entre eles era assustador, não se ouvia nada, sequer o tilintar de pratos e copos, todos estavam ocupadíssimos mexendo, absortamente, em seus celulares, ipads, iphones, tablets. Cada pessoa dessa família estava com a atenção voltada para essas maquininhas que além de aproximar, elas também afastam os seres humanos um dos outros, era uma situação que nada lembrava um almoço tradicional de um clã em fins de semana. Longe de mim querer julgar qualquer tipo de comportamento familiar, longe de mim mesmo, mas ao ver a maneira diferente como essas duas famílias se comportavam diante de uma mesa farta, uma que conversava olhando no olho e a outra que conversava olhando para máquinas, lembrei-me de uma frase do Tolstói que aparece no começo de seu romance Anna Karênina: “todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.

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