domingo, 11 de novembro de 2012

LATROCÍNIO SEXUAL

                                                               foto - google

Nada mais excitante do que ser vítima de um latrocínio sexual, isto é, se esse ato voluptuoso não trouxer grandes prejuízos ao corpo e a alma, mas apenas boas gargalhadas depois.

Foi exatamente o que aconteceu ao amigo F, que me contou, entre uma risada e outra, o seguinte fato: certa madrugada, voltando para casa depois da balada, alto, assim como os faróis de seu carro, fora barrado por uma moça, uma misteriosa que, meigamente, lhe pediu corona.

Ele abriu a porta de seu carango, e ela, majestosamente, entrou. Olharam-se, e de forma lacônica, a dama da noite perguntou: e ai, vai querer o quê? Meio assustado, mas ébrio, o amigo F, não perdeu tempo e devolveu: quanto custa?

Qualquer vinte reais paga o prazer, disse a sombra da noite acariciando o ombro dele. Ele, porém, titubeou um pouco, enquanto ela avançava mais ainda nas carícias. Mas ai pensou: rua deserta, sem nenhum transeunte, o cenário está perfeito para um coito rápido.

Mas logo desistiu da idéia. Quero apenas o oral, pode ser? Perguntou ele. Claro! Respondeu o vulto já baixando a cabeça. Então, ela, habilmente, abriu o zíper dele, puxou o documento para cima, tirou-o do confinamento e apertou com as duas mãos como quem aperta um buquê.

E com toda a pujança de um ser sedento, ela enterrou sua cabeça entre as pernas dele. Ele demonstrando a mesma disposição, começou a acariciar a parte mais recôndita da floresta dela. Ambos se retorciam de prazer, e ofegantes se entregavam ao silêncio da noite.

Ela sentia-se venerada por aqueles toques suaves em sua vulva. Já ele, tremia com o vai e vem esvoaçante da boca dela. Ela realmente tinha boca farta, pensou ele, um verdadeiro espetáculo sáfico. Quando o prazer arrefeceu, ele jogou a cabeça no encosto do banco e suspirou vencido.

Depois do amor oral, lançaram-se olhares oblíquos. Ele pegou vinte reais do porta-luvas e entregou a ela, que sorrindo, exibindo com mais exatidão, aquelas sedutoras covinhas na bochecha, agradeceu, se despediu e depois desapareceu na penumbra da noite.

Só então, ao colocar a mão no bolso da calça, ele percebeu que havia sido roubado. Ela havia levado toda a sua grana, não sobrou nem o da gasolina. Tentou reconstituir o crime, então lembrou: quando a boca dela lhe provocou um êxtase total, ela, aproveitando seu estado de Nirvana, furtivamente, lhe roubou a carteira.

Ele riu alucinadamente da situação, pois acabara de ser mais uma vítima do velho truque da felação. O mesmo que Cleópatra, especialista na arte do amor, havia aplicado, quando fez sexo oral com cem homens em uma única noite, seduzindo seus amantes para conseguir o que queria.

O amigo F, ligou o carro e deu partida, saiu balançando a cabeça como quem diz, caramba! Agora sou mais um que faz parte das estatísticas dos latrocínios sexuais.

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