segunda-feira, 26 de novembro de 2012

TRISTEZA DE AMOR

                                                        foto - google


Começo a manhã de segunda-feira fazendo a mesma pergunta que um dia fizera Nelson Rodrigues, “você conhece tristezas mais lindas, mais inspiradoras, do que as tristezas do amor?”.
E você, logicamente, atônito, deve me responder, ainda com uma torrada na boca, com outras perguntas: que diabo de pergunta é essa? Que besteira esse louco está a dizer? Bebeu foi?
Calma, amigo (a), explico.
Sem querer atrapalhar seu café da manhã, seu desjejum sagrado, mas já atrapalhando, o que me traz aqui é algo muito sério, por isso, compartilho essas mal traçadas linhas com o amigo (a).
Lembra aquele caso da amiga L? Aquele em que o noivo foi embora para o norte do país em busca de melhores condições de vida? Já comentei aqui em outra ocasião, pois é, por conta da partida do noivo para as terras mais afrodisíacas desse Brasil varonil, a amiga L continua chorosa.
Olhe, está difícil acompanhar a tristeza dessa amiga balzaquiana. A pobrezinha anda se lamentando pelos os cantos, se queixa noite e dia. Já não sabe o que fazer com o dilema da tristeza e alegria.
Tristeza e alegria, como assim? Calma, já explico.
Tristeza porque está longe de seu xodó, e alegria por está apaixonada como nunca dantes.
É ou não é uma dualidade infeliz?
Durante o dia a nossa Julieta mafrense até esquece um pouco, mas à noite, no frio inconsolável da solidão, quando lembra que se seu Romeu não está a lhe galantear embaixo de sua janela, a moça sofre e como sofre.
É o mesmo sofrimento de Teresa Albuquerque por Simeão no romance Amor de Perdição do adúltero Camilo Castelo Branco, o amigo (a) já leu? Pense numa estória de amor dolorida.
Moço, a moça anda numa tristeza só, qualquer menção, qualquer música, qualquer chopp com os amigos, a amiga L, começa a cantar lamentosa, “oh! Arlindo Orlando volte, onde quer que você se encontre, volte para o seio de sua amada, de faróis baixos e para-choque duro”.
Viu amigo, como a situação amorosa da amiga L é complicada? O noivo liga todos os dias para ela, alimentam o amor através da telefonia caótica do Brasil, sim é legal é louvável tal atitude, mas é aquela coisa, namoro a distância é como lâmpada de geladeira, não esquenta nunca.
Por isso, resolvi aporrinhar o amigo (a) logo cedo, você que está ai tomando o café da alegria ao lado de seu amado (a), todo satisfeito (a) por ter tido uma noite maravilhosa de volúpia e que agora sai para trabalhar cheio (a) de disposição.
Por mais que se tente convencer um ser apaixonado que a tristeza do amor é bonita, que a tristeza do amor vale qualquer alegria, como disse Nelson Rodrigues, fico imaginando, que a alegria plena da amiga L só se concretizará quando ela puder ver de volta seu grande amor desembarcando no Petrônio Portela.
Mas, você o que acha do caso?
Que conselhos dá a nossa amiga L, que a essa altura ainda se encontra sob o edredom da angústia? Que palavra amiga dá a alguém que nesta manhã de segunda-feira ainda não levantou e nem abriu a janela da esperança? Que alento dá para uma moça que prefere tomar o café da manhã na padaria ao lado a ter de enfrentar a copa sozinha?


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